21 de mar. de 2008

BALONISMO

Balonismo é o esporte aéreo praticado com um balão de ar quente. Possui adeptos em todo o mundo, no Brasil, o esporte vem se tornando popular.


Balonismo no Brasil
A primeira tentativa de vôo com um balão a ar quente no Brasil envolveu o padre brasileiro Bartolomeu de Gusmão, em 1709. Padre Bartolomeu realizou o primeiro vôo, mas sem nenhum passageiro. Na verdade a grande descoberta do padre foi o fato de provar que algo mais pesado que o ar poderia planar. Foram os dois irmãos franceses, [Etiene e Joseph Montgolfier] que, em 1783, realizaram o primeiro teste com um balão tripulado. O vôo foi um sucesso e visto por quase toda a população de Paris da época. O primeiro vôo de balão tripulado no Brasil só foi acontecer no ano de 1885, quando Edouard Heilt sobrevoou por alguns segundos o Saco dos Alferes, no Rio de Janeiro.



Em 1987 foi fundada no Brasil a Associação Brasileira de Balonismo, entidade máxima do esporte no Brasil.


Algumas das provas de Balonismo são:
Fly In: Os competidores tentarão voar para um alvo comum, determinado pelo juiz. Aquele que conseguir jogar sua marca o mais próximo do alvo, será o vencedor.
Fly On (ou Continuação de Vôo): Os competidores vão declarar seu próximo alvo em vôo, escrevendo suas coordenadas na marca da prova anterior, e tentarão voar para o seu alvo. Quem conseguir atingir a menor distância do seu alvo declarado, será o vencedor.
Caça à Raposa: Um balão decola antes dos competidores e faz um percurso aleatório de vôo. Após um determinado período de tempo (geralmente entre 10 e 30 minutos, dependendo das condições de vento), os outros balões decolam e procuram seguir o mesmo percurso, em busca do balão raposa. O competidor que conseguir pousar mais próximo do ponto onde o balão raposa aterrissou será o vencedor. Vale lembrar que esta não é uma prova competitiva e é utilizada apenas em festivais ou eventos não competitivos.
Key Grab (ou Prova da Chave): Um mastro é colocado na área de público do evento e os competidores podem escolher um ponto de decolagem livremente, a uma distância mínima determinada pela organização. Vence o balão que consegue se aproximar em vôo do mastro e agarrar a chave - ou o símbolo da festa - pendurado em sua ponta.
Alvo declarado pelo juiz: Os balonistas procuram jogar suas marcas (um saquinhos de areia com uma fita com o número de seu balão) bem em cima de um alvo colocado no solo. Quando há mais de um alvo declarado, e o competidore pode escolher o alvo que melhor lhe convier, a prova é chamada de Valsa de Hesitação.

Eventos
Festival Internacional de Balonismo de Torres


O Festival Internacional de Balonismo ocorre anualmente na praia de Torres / Rio Grande do Sul / Brasil.

No ano de 1989 surgiu a idéia de trazer alguns balões para a abertura de um outro festival que era realizado no município, o sucesso foi tão grande que, a partir do ano seguinte, surgia o I Festival Sulbrasileiro de Balonismo.

O I Festival de Balonismo de Torres contou com a presença de dez balões. O evento, que era inédito no sul do Brasil teve sua primeira edição no mês de Outubro, mas os ventos não foram muito favoráveis e impediram a realização de algumas provas.

A segunda edição em 1990, foi transferida para o mês de abril, mês com ótimas condições climáticas para o vôo. Com quinze balões e centenas de pessoas prestigiando o evento, o Festival se tornou um sucesso absoluto, e abril passou a ser o mês oficial do festival até os dias de hoje. Esperado com ansiedade pelos moradores da cidade, que praticamente vivem do turismo, o Festival de Balonismo colore os céus de Torres.

Esta praia se tornou ao longo destes anos a Capital Brasileira do Balonismo, e recebe cerca de 100.000 pessoas por ano no Parque de Balonismo no período de realização do Festival. No Balonismo, os pilotos enfrentam uma série de provas que os possibilita demonstrarem todos os conhecimentos.

As provas do Festival de Balonismo
Caça à Raposa: Um balão decola em vôo livre e, passado cerca de dez minutos, o juiz autoriza a decolagem dos demais, que devem persegui-lo. O balão raposa faz o possível para dificultar a perseguição. Ganha a prova o balonista perseguidor que pousar mais perto deste balão raposa.

Fly In: Os balões decolam fora da área do festival tentando jogar suas marcas o mais próximo possível de um alvo delimitado dentro da área do evento.

Cotovelo: Nesta tarefa, o balonista decola, voa para um alvo, atinge-o com a marca e depois, desviando o rumo, voa para um segundo alvo e joga outra marca. Ganha mais pontos o balonista que, nessa mudança de rumo, fizer um ângulo mais apertado.

Distância Máxima: Cada balonista só pode lançar sua marca após um determinado período de vôo. Ganha mais pontos o balonista que lançar sua marca mais distante do local de decolagem. Esta tarefa é feita em dias de ventos fortes.

Distância Mínima: Tarefa normalmente feita em dias de vento fraco. O balonista só pode lançar sua marca após determinado período de vôo. Ganha mais pontos aquele que tiver percorrido a menor distância.

Até a Linha: Escolhe-se um local e os balões voam em sua direção. Vence a prova quem fizer o percurso em menos tempo.

Prova do Mastro: Uma das provas disputadas com mais entusiasmo pelos pilotos, tanto pela dificuldade quanto pelos prêmios oferecidos. Nesta prova é colocada a chave de um carro 0 km dentro de uma sacola, de um tamanho razoável, fixada no alto de um mastro de 6 a 10m de comprimento. Todos os concorrentes decolam de uma distância mínima de 3 quilômetros do local onde está o mastro e o objetivo é, sem tocar no solo, apanhar com as mãos a chave do carro.

Nesses 17 anos de festivais, vários pilotos chegaram ao título, porém apenas Sacha Haim conseguiu a proeza de ser Penta-campeão.

Histórico dos vencedores
1º Festival Sulbrasileiro de Balonismo
De 7 a 9 de outubro de 1989 / Campeão: Orlando Genicolo Filho

2º Festival de Balonismo
De 28 de abril a 01 de maio de 1990 / Campeão: Antônio Carlos Hays Marques "Caco"

3º Festival de Balonismo
De 28 a 31 de março de 1991 / Campeão: Miguel Leivas

4º Festival Kodak/Skol de Balonismo
De 30 de abril a 03 de maio de 1992 / Campeão: Leonel Brites

5º Festival de Balonismo
De 29 de abril a 02 de maio de 1993 / Campeão: Antonio Carlos Hays Marques “Caco”

6º Festival de Balonismo
De 21 a 24 de abril de 1994 / Campeão: Walterson Leite Lima

7º Festival Kaiser de Balonismo
De 13 a 16 de abril de 1995 / Campeão: Ademir Brollaci

8º Festival Kaiser de Balonismo
De 04 a 07 de abril de 1996 / Campeão: Aquilino Gimenez

9º Festival Kaiser de Balonismo
De 18 a 21 de abril de 1997 / Campeão: Luis Eduardo Consiglio

10º Festival de Balonismo
De 30 de abril a 04 de maio de 1998 / Campeão: Rui Kalousdian

11º Festival de Balonismo
De 01 a 04 de abril de 1999 / Não houve prova devido a chuva

12º Festival Internacional de Balonismo
De 28 de abril a 01 de maio de 2000 / Campeão: Fábio Passos

13º Festival Internacional de Balonismo
De 27 de abril a 01 de maio de 2001 / Campeão: Sacha Haim

14º Festival Internacional de Balonismo – Copa Mercosul
De 30 de abril a 05 de maio de 2002 / Bi-Campeão: Sacha Haim - pegou a chave de uma moto na prova do mastro

15° Festival Internacional de Balonismo
De 18 a 21 de abril de 2003 / Tri-Campeão Sacha Haim

16° Festival Internacional de Balonismo
De 8 a 11 de abril de 2004 / Tetra-Campeão Sacha Haim

17° Festival Internacional de Balonismo
De 21 a 24 de abril de 2005 / Penta-Campeão Sacha Haim

Curiosidades do festival

Durante esses dezesete anos de competições, existiram alguns momentos que vão ficar guardados na memória.

Em 1992, foi o primeiro ano em que se conseguiu finalizar a prova do mastro, tendo como campeão da prova e também do festival Leonel Brites.

Outro fato curioso foi no ano seguinte em 1993, em que Lincoln Freire realizou o vôo pendurado no balão em formato de uma latinha de cerveja Skol, fato este inédito na América do Sul até então.

Mas o mais impressionante e curioso foi no ano de 1995, em que aconteceu um casamento dentro de um balão semi – inflado, o balonista Eduardo Mello e sua noiva Patrícia optaram em realizar a união conjugal durante o evento.

E foi neste ano também que aconteceu o primeiro susto de todos os festivais, dois balões foram parar do mar. Chegaram a entrar cerca de 500 metros para dentro do mar. Para a tristeza de quem se preparou durante o ano todo, em 1999 em função da chuva, não se realizou nenhuma prova.

E desde o ano de 2001, não há quem consiga derrotar Sacha Haim, que neste ano de 2005, conquistou o seu penta campeonato, sendo vencedor também em 2002 da prova do mastro.


Night Glow
O Night Glow é um dos momento mais esperado pelos visitantes, pois é realizado à noite. Não ocorrem vôos noturnos na cidade de Torres mas apenas dentro do parque do festival. No Night Glow, são inflados todos os balões, apagam-se as luzes ao redor da arena onde estão localizados e liga-se e desliga-se os maçaricos, deixando o ambiente todo colorido e iluminado, preparam um verdadeiro show.


O balão
Segundo a Federação Aeronáutica Internacional, o balonismo é o esporte aéreo mais seguro do mundo há mais de vinte anos, em função de o balão ser constituído por um material feito com tecnologia espacial aplicada a aeronáutica.

Por ser o mais seguro, é a única aeronave que não exige o uso de pára-quedas.

A segurança do balão começa pelo material com o qual é feito, passando pela resistência de seus componentes como o envelope, cordame, cesto, maçarico, botijão de gás, que são fabricados para suportar nove vezes a exigência normal, além de se ter um limite de segurança quanto a velocidade dos ventos para poder se decolar um balão. As velocidades são de até 25 Km/h, e para balões em formatos especiais o limite do vento é de 15 Km/h.

O envelope do balão é feito com o tecido nylon. Este tecido recebe um tratamento especial contra a propagação do fogo. Os cordames são de kevlar, um material que não queima, não conduz eletricidade, não apodrece e cada um deles, com a espessura de um cordão de sapato, suporta 600 quilos de peso.

A boca do balão é revestida de nomex, material que retarda o fogo e impede que se propague. O cesto, preso ao balão por quatro a oito cabos de aço, carrega quatro botijões de gás e geralmente tem espaço para no máximo três adultos, num total aproximado de 300 quilos. Mas, cada um desses cabos agüenta uma tonelada. O gás utilizado é o propano e não o hidrogênio que era usado no dirigível de Hindenburg (que pegou fogo na década de 30).



Os componentes de um balão
Envelope - é a parte de tecido dos balões, é feita de nylon que resiste a temperaturas superiores a 120°C e oferece uma extraordinária resistência a calor, raios ultravioleta e umidade. A vida útil de um balão pode chegar a aproximadamente 700 horas de vôo, pois constantemente estão fazendo testes e estudando um material que melhor se adapte para o envelope. A base do balão, conhecida popularmente como “boca do balão” é construída com nomex que resiste a 400°C, e é totalmente a prova de fogo.

Maçarico - este componente é tão importante para o balão que pode ser comparado com a importância do motor para um automóvel. O maçarico é então considerado o motor do balão. Ele é feito com aço inoxidável. Quando um balão está em ascensão, à temperatura na coroa do topo do maçarico é de aproximadamente 100°C.

Cilindro - normalmente os cilindros, ou botijões, de um balão são de alumínio, aço inox ou titânio. É importante que sejam leves para não comprometer a relação de carga a ser levada no balão. Podem ser utilizados na posição vertical ou na horizontal. A quantidade de cilindros levados em balão depende do tamanho do cesto, ou ainda do interesse do piloto no momento do vôo. Quanto mais gás ele puder levar, mais autonomia de vôo ele terá. Normalmente são levados 4 cilindros.

Cesto – é a parte do balão destinada a levar os ocupantes, os cilindros e os instrumentos que serão utilizados durante o vôo. O cesto é também conhecido pelo nome de “Gôndola”, e o material utilizado na fabricação é o vime, mas há também por baixo do cesto cabos de aço que tem a função de sustentar todo o conjunto, além de tubos de alumínio para a colocação das bengalas de nylon que servem para sustentar o maçarico.

Ventoínha – está tem função importante e serve para empurrar com maior rapidez e eficiência o ar frio para dentro do envelope do balão, auxiliando assim a sua inflagem.

Como controlar um balão
O controle do balão é feito através da manipulação de sua temperatura interna. Essa temperatura interna é regulada pelo maçarico. O balão só permite o controle vertical de subida e descida, o deslocamento horizontal é dado pelo direção do vento. Não há como se estabelecer com precisão a rota que vai ser tomada pelo balão, apenas é calculada e corrigida procurando-se as diferentes camadas de vento.

A descida se dá pelo resfriamento natural do balão ou pelo uso do "tap”, uma espécie de válvula em forma de para-queda que se abre no topo do balão para que o ar quente saia.

Na prática:

Para fazer o Balão subir, aciona-se o maçarico que, por sua vez, aquece o ar. O vôo dos Balões é controlado através do maçarico que ligando e desligando, o piloto pode controlar com precisão a altitude. Mas quem define a direção a tomar não é o piloto e sim o vento que nas diferentes alturas das diversas correntes, define o rumo dos Balões.

Um balão pode voar até 16 mil metros de altura ou a poucos centímetros do chão.

A autonomia de um vôo é de duas horas e meia, já que um balão leva, normalmente, 80 quilos de gás e consome em torno de 25 a 30 quilos por hora.

No topo do balão existe uma espécie de alçapão, chamado de pára-quedas, que é mantido fechado pela pressão interna do ar. Quando se deseja descer mais rápido, ou então no pouso, puxa-se um cabo que faz com que o pára-quedas desça um pouco, deixando escapar ar quente e com isso fazendo o balão descer.


Ligações externas

Portal Balonismo No Ar
Associação Brasileira de Balonismo
Portal Nova Era Balões/Balonismo
Portal RVB Balonismo
Portal Balonismo No Ar
Portal de Aviação
Praia de Torres/RS/Brasil
Notícias e reportagens sobre balonismo
International Ballooning Comission - em ingês

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